24 fevereiro 2009

Quando o amor acenar

Quando o amor acenar,
siga-o ainda que por caminhos ásperos e íngremes.
E quando suas asas o envolverem,
renda-se a ele
Ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa feri-lo.
E quando ele falar a você,
acredite no que ele diz,
Ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos,
Assim como o vento norte devasta o jardim.

Pois, se o amor coroa, ele também o crucifica.
Se o ajuda a crescer, também o diminui.
Se o faz subir às alturas
se acaricia seus ramos mais tenros que tremem ao sol,
também o faz descer às raízes
se abala sua ligação com a terra.

Como os feixes de trigo, ele o mantém integro.
Debulha-o até deixá-lo nu.
Transforma-o, livrando-o de sua palha.
Tritura-o, até torná-lo branco.
Amassa-o, até deixá-lo macio e, então,
submeta-o ao fogo para que se transforme em pão,
no banquete sagrado de Deus.

Todas essa coisas pode o amor fazer
para que você conheça os segredos de seu coração e,
com esse conhecimento,
se torne um fragmento do coração da vida.


(Khalil Gilbran)

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