22 julho 2008

Dubai, a verdade sobre a riqueza...



Vou publicar este post pq achei um absurdo e pra calar a boca de alguns portugueses e outros estrangeiros que falam tão mal do Brasil.

Vamos a isto...
Dubai em árabe, o segundo maior emirado dos Emirados Árabes Unidos, o nome da cidade sua capital. Tem cerca de 1.570.000 habitantes. Pertenceu a Abu Dhabi até 1833. Diz-se que Dubai possui 30% dos guindastes de construção do mundo. Já em 2007, o setor do petróleo representava pouco mais de 5% da economia do emirado enquanto o turismo, o setor mais atuante, era responsável por 33%. Crescimento do PIB em torno de 19% (mais que o dobro da China).

Huumm mais que o dobro do Pib da China muito interessante (entenda porque).
Dubai é um lugar lindo, com grandes e luxuosos hotéis, o único hotel 7 estrelas do mundo está lá. Uma ilha artificial em forma de Palmeira e outras duas semelhantes em construção, repleto de mansões e locais de sonho. Agora está em andamento o projeto The World, um arquipélago tbm artificial que tem o formato do mapa-múndi, tais ilhas estão sendo vendidas a valores em torno de 6,2 a 36,7 milhões de dólares, Angelina Jolie e Brad Pitt já compraram a Etiópia... e um grande hotel deve ficar com a Europa.

Dubai é tão grandiosa por seus projetos e construções, por possuir o arranha-céu mais alto do mundo com decoração inteiramente feita por Giorgio Armani o único, tendo 37 andares exclusvos e do 45º ao 108º andar haverá cerca de 700 apartamentos que segundo o hotel foram vendidos em oito horas; e o maior aeroporto com capacidade para 120 milhões de passageiros por ano.

Quando se fala nesse lugar tudo é astronômico e surge logo um requinte e o luxo em nossa mente, mais a explicação para tanta riqueza vem da pobreza.
Já tinha ouvido falar de algumas situações, lido qualquer coisa sobre a situação de trabalhadores em Dubai que me chamaram a atenção, mas não tive noção até ver hoje um documentário de uma equipe francesa exibido pela SIC Notícias (canal português).
Os trabalhadores e operários que ali vivem sempre foram de maioria indiana mais agora os chineses tem mais espaço.
Primeiro a maioria é asiática devido ao mercado de trabalho e a facilidade em conseguir o visto, facilidade em termos já que na India os trabalhadores recebem propostas ou se dispõe ao serviço, mas tudo por um preço, eles fazem acordos com pessoas de ligação a empreiteiros e empresários das obras em andamento tendo de pagar 2000 euros para obterem o visto e irem a Dubai trabalhar, isso pq o mercado é amplo e o emprego certo, pensam ganhar dinheiro para sustentar as famílias que moram em vilas e aldeias e quem sabem mudarem de vida.
Logo após a negociação eles vão em busca do tão sonhado sustento, um futuro melhor talvez, porém quando chegam a Dubai vem as surpresas, seu passaporte (documento extremamente necessário se vc não está em seu país, o único que prova que vc é vc e te dá direito a algo, sem ele vc se torna indigente) é logo retido pelo contratante segundo eles para fazer um controle dos empregados, mas em nenhuma hipótese o documento é devolvido ao dono, mesmo que ele implore em qualquer caso o retorno à seu País. Fazendo isso os empregadores impedem que operários consigam outro emprego ou a volta para a terra natal, pois os mesmos tem uma dívida a quitar.
Lá as condições são as seguintes, os homens ficam na obra entre 12 e 16 horas por dia, e por esse esforço independente de estarem ali 10 ou 20 horas se trabalhando recebem míseros 18 dirams ao dia, em torno de 4 euros ou 10/11 reais, isso pq o contratante oferece o alojamento que por acaso é precário. Ali cada trabalhador tem um preço os indianos valem 180 dirams, os benghalis 150, libaneses 100, mais os chineses no atual mercado são os mais procurados, pois tem a mão de obra considerada mais barata, trabalham melhor e aceitam quaisquer condições (custo benefício).
No alojamento dos trabalhadores chineses tinham cerca de 36 camas ou melhor madeira empilhada em forma de beliche em um espaço no mínimo escasso, cerca de 14 galpões semelhantes para abrigar cerca de 560 homens e pasmem para todos esses há apenas um banheiro comunitário, UM e de condições tbm precárias. Entre os chineses ninguém fala inglês à não ser um dos que coordenadores dos operários, que os encaminha à obra quando ali chegam e os explicam as regras.

Em Dubai não é permitido nenhum sindicato ninguém sabe explicar porque, passeatas ou manifestações nunca foi visto ali, talvez a maioria nem sabe o que é isso, segundo os ricos e poderosos empreiteiros, engenheiros e proprietários de obras, os empregados ali possuem liberdade, podem ir e vir como trabalhadores comuns. Daí surge a questão:
- Como se pode ter liberdade já que não podemos ir a lugar algum ali, buscar um emprego menos cruel e degradante, ou voltar para a terra natal?

São muitas as contradições.
Falo isso porque esses homens trabalham horas excessivas expostos à uma temperatura que pode chegar a 55ºC medida constantemente, segundo um coordenador de obras naquele país quando a temperatura chega a 48ºC eles param a obra, mais nesse dia a equipe de reportagem mediu e registava-se 54ªC, quando um trabalhador foi questionado a esse respeito disse que as obras ali não param independente de temperatura ou condições do tempo, e disse que o responsável era um engenheiro que estava no escritório ali próximo refrescado por um ar condicionado, a equipe então procurou o "responsável", questionado do pq a obra continuara se a temperatura naquele momento era de 54ºC; ele responde que ao meio dia mediu pessoalmente e registrara 44ºC normal pra o clima da região. A equipe surpresa com a resposta afirma que não, naquele horário faziam exatamente 54ºC mostrando o registro em uma espécie de termômetro, o engenheiro olha e para desconversar afirma que a temperatura é medida na sombra, só assim é constatado se a obra deve seguir ou não, a equipe questiona novamente e fala sobre o resultado não ser eficaz já que todos os trabalhadores estão no sol e a diferença de temperatura pode chegar à 10ºC de diferença. O engenheiro rapidamente explica que não pode estar ali a conversar pois tem uma grande obra e o tempo deles vale muito dinheiro.

A equipe de reportagem então vai aos hospitais e é surpreendente.
Eis as estatísticas, como é um lugar grandioso tudo tem tal proporção.

Registram-se 2 mortes em construções por dia em Dubai, o número de acidentes é recorde e os hospitais estão lotados de operários com ensolação e feridos por mal manuseio do equipamentos ou por terem sofrido quedas e outros acidentes, todos causados pela má condição de segurança pois esses homens não recebem instrução nenhuma, eles apenas fazem o serviço pesado como lhes é dito, mais dizer é uma coisa, ensinar é outra completamente diferente. Os empregados que estão no hospital não tem assistência alguma do contratante, e ao contrário do que deveria fazer deixa de pagar o trabalhador por ele não estar na obra, eles nem sequer buscam informação sobre o acidentado, talvez por vários fatores o índice ali constatado é de 1 suicídio a cada 4 trabalhadores por mês, e as causas não são o alcoolismo, drogas ou o calor... mas sim a péssima condição de vida e trabalho, além de uma dívida que eles não conseguem quitar e um dinheiro que não ganham, deixando as famílias sem o auxílio prometido. Vivenciando tudo isso e sabendo que nunca retornarão à seus páises e famílias acabam tirando a própria vida. Se tornamam ESCRAVOS.

Após a equipe que fez a reportagem ter ido embora foram registrados 15 acidentes mortais e 5suicídios (o documentário foi feito recentemente).
Emirados Árabes Unidos, Dubai essa é a realidade para quem não tem condições financeiras e busca o sonho de ter uma vida melhor em outro país tentando honestamente ganhar dinheiro.
O que se vê é a escravidão, a solidão e a decepção pois nada daquilo que imaginaram nem por sombras se tornou real e eles não tem a quem recorrer, estão ali a própria sorte!

Realmente visto por fotos ou lendo em uma revista de viagens Dubai é um paraíso. Mais como nada é perfeito acabamos por descobrir a verdade sobre a beleza e a perfeição. Fico admirada em ver o mundo regredir de tal forma.

(by Kely)

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